sábado, dezembro 27, 2008

24 anos.

Estou à véspera de mais um aniversário. E, como em todo ano, não faltam comentários e perguntas sobre o que vou fazer no meu niver. Também é comum nessa época eu começar a refletir mais que o de costume sobre tudo e eu mesma. Até porque essa bendita data se interpõe ao natal e o ano novo. É uma época naturalmente cheia de festas, retrospectivas, promessas e esperanças.

Pois bem, o que eu mais quero fazer no meu niver é: NADA. Sem forçação de barra, não estou animada – nem desanimada - pra fazer nada. E digo o que isso quer expressar, afinal: quero a quietude, ou melhor, a solitude. Há pouco tempo tenho entendido melhor a naturalidade desse momento pra mim e sua distinção da solidão. Não ando só, nem me sinto só como em outras épocas do ano (em alguns momentos, considerada “acompanhada”), apenas quero a paz encontrada em momentos íntimos com Deus, a exemplo do próprio Jesus. Nessas horas de quietude e reflexão, eu consigo ver tudo com mais clareza e sobriedade... Eu tenho muito mais satisfação sobre o que vejo em mim porque encontro a presença de Deus, ouço sua voz de uma maneira indubitável e emocionante.

Percebo como é difícil para os amados ao meu redor entenderem isso de uma forma natural e saudável. Quando respondo (meio sem jeito, confesso) que não quero fazer nada neste dia, sinto o grande constrangimento da suspeita de algum problema comigo. Estaria eu desgostosa, chateada, depressiva, triste afinal? Fico sem jeito em notar a preocupação desses íntimos, mais chegados. Mas Deus sabe que não se trata disso, absolutamente. Estou apenas tentando “reencontrar a minha alma” em Deus, perceber as grandes deficiências deste ser combalido pelo pecado e pelo caos de um mundo ruim, estou sonhando coisas novas e ainda ocultas parcialmente pra mim, como se germinassem novas aspirações dentro de um novo vaso. Eu não abro mão de tentar me parecer mais um pouco com o que fui criada pra ser. Rever a trajetória neste momento não significa lamber feridas e alimentar amarguras, antes, é notória e maravilhosa a convicção de não se querer mais enredar por histórias estranhas à minha. O Senhor meu pastor, o autor, tem colocado à minha frente o desejo santo de ter a minha de volta, bem encaixada em suas mãos. E, por isso, eu não preciso – e já não quero - fazer nada.

...Estou feliz... E contando os dias de uma maneira diferente.

Porque meu coração deseja a sabedoria – o conhecimento de Deus.





PS: Outro dia ouvi mensagem liiiiinnnnda do Caio Fábio, sobre aquela música linnnndddaa, "O Tapeceiro", do Stenio Marcius. Seria impossível ouvi-las sem lembrar de um texto que escrevi há anos, antes de ter contato com o ministério do Caio e muito menos com a canção do Stênio. Aproveitando a ênfase da mensagem e deste post, lá vai:



COLORIDO
(Joseli Dias – 22/12/2002)

Tudo começou em branco
E então comecei a rabiscar
Viajei em toda fantasia que pudesse me dar razões para continuar com meus rascunhos
De repente percebi que precisava de certa coerência em meus traços e fui entendendo aos poucos que tudo tinha o seu lugar; inclusive eu.
E essa foi uma grande descoberta. Talvez a mais importante.
E eu encontrei um lugar.
Acontece que eu não sabia por onde começar a peça da minha vida. Precisava de uns toques de um verdadeiro artista...
Na verdade, eu percebi que não tinha destreza o suficiente para pintar os elementos mais belos e necessários e que tudo precisava de um bom gosto jamais visto
Aí eu entendi que não era tarefa minha pintar o meu retrato, e sim escolher o pintor certo para tal...eu pensei em Deus – tão audacioso em suas criações, divinamente inspirado e perfeito por excelência – Ele sim poderia traçar as cenas da maneira mais real e com tamanha propriedade; afinal, Ele é Senhor no assunto.
Num piscar de olhos, Deus atuou...brilhantemente...pincelando os quadros da minha história com as cores mais variadas:

Cores tristes, alegres, de paz
Cores de beleza em toda parte, com glória invadindo meus poros
Cores de amor, de choro...muito choro, cores de raiva e de paixão
Cores de questionamentos e contentamento
Vitórias e aprendizados

Tudo como ilustração do realizar de Deus sobre mim e sobre todos nós.
Já não prefiro o desenho infantil que posso fazer em vez da obra de arte em que Ele transformou minha existência
Hoje sei que não sou uma tela vazia; tampouco um lambuzar, um desperdício de tinta.
O meu Pai me deu todo o colorido, fez combinações, “degradès” impressionantes. Ele sabe usar cada material. Ele é autor consagrado de obras fantásticas.
Providenciou a melhor moldura para o meu coração e lugar para cada coisa dentro dele.
E assim preferiu assinar eternamente os meus dias.


2 comentários:

André Decotelli disse...

Deus é o artista maior...o dententor de toda a criatividade. Como sempre digo, a primeiras imagem bíblica que temos dele é de um Deus que cria..."No início criou Deus..."
Muito lindo o texto...

Joseli Dias disse...

Cada um de nós tem um lugar único, uma história gravada pelas mãos do Criador.

Esse sentimento me invade sempre que revejo minha história e constato que "todas as cores da minha vida dignificam a Jesus Cristo, o tapeceiro". É algo forte e inexplicável, como nossa aliança com o Senhor.

Valeu, André, um abç!