sexta-feira, julho 09, 2010

O que eu realmente desejo.

É aquilo que ninguém sabe, é aquilo que não se pode ver...aquele pressuposto que, na verdade, é raro...uma carência real. É a tal da fome de Deus; a sede, a ânsia profunda pelo que nem se sabe dimensionar. Vontade imensa e sincera de querer ter os olhos abertos, de poder enxergar outras coisas, mas ainda não é o tempo.

A alma também celebra suas saudades e às vezes, em meio a isto, acaba se encontrando em sentimentos paradoxais, inexplicáveis. Como essa ausência querida mas sofrível. É porque esse mundo não me basta; eu já fui convencida por outra coisa. Há um bem em mim e minha esperança é urgente. Mas preciso conviver, preciso me agarrar ao que é contingente, preciso dar sentido às avessas...pareço justificar a eternidade e às vezes me sinto frustrada por não saber o que quero porque o que eu quero é mais. É Deus, é a essência do que falo sem saber; é a grandeza que divago sem alcançar. Mas é incerto, mesmo com todas as certezas e convicções, é inseguro. Está preservado na fé, mesmo que a fé não abrace seus limites...eu ando em suspenso.

Meu corpo quer ser revestido, meus sentidos elevados. Meu coração quer não perguntar mais, minha mente quer se reclinar...é a busca da prostração real, legítima e última. Porque eu sei o que quero e o que eu quero é mais.

Enquanto isso, me recolho em momentos vagos...não há como preenchê-los com o que não chegou, com o que nem sequer existe em mim (apenas como súplica). O grande Deus me vê, o Altíssimo me toca pra eu saber que ele é tudo isso por que vivo. Ele entende minha fome e minha sede, Ele me deu como resposta feliz e alternativa a toda realidade de mentiras e superfície desta terra, desta vida. Ele me respondeu com a pergunta da minha alma. E isso é voz que ninguém ouve, que nem ressoa. É sua realidade em mim.