quinta-feira, julho 16, 2009

Vem aprender

Se fartou de esperar
Já perdeu, já cansou
Se moveu de lugar
Já parou, desistiu
Se convenceu que não dá mais
Se abortou, calou os ais
Mas no Mestre percebeu
Que a vida é dura
E precisa caminhar

Quando não há como ir,
Nenhum passo dar a mais
Quando chega a doer,
Quando já nem dói mais...
É mister recorrer
Aos doces pés de um rei
Tão fiel
Que o caminho ao céu refez

Volta já, olha Deus!
Vem se entregar...
De joelhos, se prostrar e adorar
Deus recebe o teu chorar

Volta já, clama a Deus!
Vem se entregar...
De joelhos, se prostrar e adorar
Deus te ensina a caminhar

Vem aprender de Jesus,
O manso e humilde Jesus
Vem aprender de Jesus,
Que seu fardo carregou

Vem aprender de Jesus,
O calmo e humilde pastor
Vem aprender do Senhor
Que perseverou em te amar.




(em Junho deste ano)

quarta-feira, julho 15, 2009

Caminhos Aplanados (Jorge Camargo)

“Bem aventurado o homem cuja força está em ti
Em cujo coração se encontram os caminhos aplanados.”
(Sl. 84.5)

No lugar de mais difícil acesso
Entre as escarpas mais íngremes
No solo duro e irregular
Nascido dos conflitos contra o tempo,
Das agruras da dor,
Dos desenganos -
Lá reside o meu coração

Ali moram os meus desejos,
Minhas inclinações, ambições
Planos e projetos
Que a ninguém...ninguém....
...Confio.

Uma transformação topográfica e urbana em um lugar assim
Só pode ser promovida
Pelo paisagista, pelo arquiteto que o concebeu
Por quem o amou antes
De vê-lo como está,
O amou antes
Que viesse a existir,
O amou a ponto de concebê-lo
E há de amá-lo
Mesmo se deixar de ser lugar
Para ser lugar comum.
Ou se for de passo em descompasso
Até chegar a lugar nenhum.

No dia do não-dia
O coração há de encontrar
Posta sobre a sua mesa
A ceia da restauração:
Pão fresco e quente,
Óleo de azeite amaciante para o chão da alma,
E a taça cristalina
Repleta do melhor dos vinhos.

sexta-feira, julho 10, 2009

Pureza.

Ah...a doce pureza que viajou
Que já não é figura fácil em nossas vidas
Que deixou a saudade da inocência mais bonita
Essa verdade boa de quem espera além

Ela mesma é a essência do que é forte e concentrado,
De tudo aquilo que é homogêneo e sem adulterações
A suave graça das convicções e das firmezas de caráter
Ah...a doce pureza que vaga...
...que se tornou tão vaga pra nós

Em sua ausência, toda dor é amargura,
Toda busca inútil, toda fé ilusão
Sua lembrança nos abala, alarma a consciência
Evoca um novo esforço,
Pede sua urgência

Grande obra de Deus, digna atitude do servo
Aprazível vida no eixo... sensível canto de paz
É a bondade visível,
A realidade intransponível
De um reino santo demais.

quarta-feira, julho 01, 2009

Pretérito. Perfeito...

Todo mundo diz que o nosso passado nos deixa marcas. Todos, de certa forma, já se viram vítimas dele. Outros sentem saudade enquanto outros o reprimem.

Sabe, eu tenho achado ultimamente que o passado não está com essa bola toda não. Sem me alongar, acho que o passado é aquele “primo distante” de quem menos lembramos na vida do que do próprio inimigo ao lado. O que eu quero dizer é que é mais divertido gastar tempo com coisas que são desafiadoras no presente do que imaginando os “futuros do pretérito” que nem existiram. Essas suposições sobre aquilo que poderia acontecer ou aquilo que poderíamos ter deixado de fazer são construções que erguemos quando, agora, não nos resta nada com que nos importar.

Pois bem, o presente é meu desafio de hoje. Ele sim me mostra coisas novas, diferentes. O passado não muda e tampouco pode mudar alguém. O passado só me mostra os fracassos daquilo que hoje não existe e as esperanças daquilo que, se hoje posso viver, devem me impulsionar a querer coisas novas.

Se o passado nos deixa marcas, nem todas as marcas nos trazem saudade.
A nostalgia que vale a pena é aquela que não nos deixa confusos quanto à dimensão de nossa mudança.

E mudamos.