domingo, setembro 23, 2007

Falando de minha alegria e paz.

Vivo uma das melhores sensações de minha vida.
A sensação de quem voltou a sonhar, mesmo depois de acreditar que isso não fosse mais possível. É tudo muito lindo...
E o melhor que está acontecendo é o fato de voltar a sonhar, mas não sonhar repetido, não buscar as mesmas coisas, não recomeçar de onde parei. Parece que mudei a direção do meu olhar... e sei que, na verdade, foi o Senhor quem fez isso por mim.

Se alguém me perguntar o que de tão fantástico ocorreu comigo, nem vou saber responder porque, humanamente falando, os eventos não têm sido tão inovadores. Mas, dentro da minha mente, do meu coração, muita coisa tem mudado de forma gradativa, espiritual e bela.

Enxergo-me livre de muitas coisas. Mesmo daquelas que ainda me pesam na alma, mesmo daquelas que me incomodam, que desafiam meu caráter, que dóem...me sinto realmente livre desse peso enorme. Fui convidada a me satisfazer na graça de DEUS. Tenho aceitado esse convite todos os dias. Tenho querido mais a essa graça do que a muitos atrativos perigosos que me circundam. E minha alegria aumenta nessa perspectiva.

E o coração voltou a bater forte pelas coisas mais importantes. O coração cansou das coisas pequenas, bobas, mascaradas. Meu coração tem sorrido em DEUS e está descansado nEle, investido em Seu reino, amparado por sua misericórdia, encorajado em Sua palavra, fortalecido em Seu cuidado...está batendo forte, sim. Está em paz.

Os comentários têm sido em grande número...ando diferente. E isso é reflexo dessa alegria e paz que resolveram finalmente tomar partido de mim. Eu sabia que isso iria acontecer... louvado seja o meu DEUS, o meu amigo fiel.

segunda-feira, julho 23, 2007

"Não há palavras para as coisas mais profundas. As palavras tornam-se ineficazes quando o mistério se apresenta e a prece se desloca para o silêncio. Na cultura pós-moderna, o incessante alarido da tagarelice aniquilou a nossa familiaridade com o silêncio. Como conseqüência, estamos estressados e ansiosos.

O silêncio é uma presença fascinante. O silêncio é tímido. É paciente e nunca chama atenção sobre si mesmo. Sem a presença do silêncio, nenhuma palavra poderia ser pronunciada ou ouvida. Nossos pensamentos constantemente invocam novas palavras. Ficamos tão entretidos com as palavras que mal reparamos no silêncio, mas o silêncio está sempre ali.As melhores palavras nascem no silêncio fecundo que cuida do mistério. "


( de Ecos Eternos - John O’Donohue.)

domingo, julho 01, 2007

Não entendeu? Nem eu...

Manda dizer pra quem me espera que eu não vou correr
Manda dizer pro que duvida que eu não vou provar
Diz também pra quem me irrita que não vale a pena me ver assim
Avisa aos que me propõem besteiras que eu nem vou olhar

Dá meu silêncio como resposta a quem me interpela
Mostra minhas costas pros que me cobram
Dá de ombros pros que me acusam
Aumenta o som quando gritarem

Notifica ao passado da minha partida
E ao inferno que não volto atrás
Fala aos que me procuram que continuo caminhando
Agradece aos que me deixaram...que vão em paz

Deixa meus erros me ensinarem...ou não
Faz algo por mim...
...Não! Não precisa.
Eu já fiz.

terça-feira, junho 26, 2007

"Não há nada a perder. Não há nada a ganhar. A não ser o prazer de ser o mesmo mas mudar..."

Quando sabemos que somos adultos? Como aferimos nossa maturidade? É tão difícil, subjetivo, entender ou perceber se já crescemos na cabeça, muito mais do que envelhecer ou chegar a certa altura da vida. Também é bobagem achar que se é gente adulta a partir do momento em que pagamos nossas contas. O que eu vejo de gente dirigindo famílias, com mil despesas e compromissos mensais sem um pingo sequer de noção, de consciência das coisas...é brabo entender que crescemos...ou não.
Ultimamente, tenho sentido que cresci. Uau! Que descoberta! Parece óbvio dizer, mas já me acho adulta. Dadas as circunstâncias esdrúxulas que tenho encarado ultimamente, acho que alguma coisa dentro de mim já funciona com a cabeça de alguém mais pronto, mais certo, mais comedido e, com certeza, muito mais hábil. É claro que não estou dizendo que já cresci, porque todo ser humano razoavelmente inteligente sabe que isso é impossível – estagnar no aprendizado, alcançar “a coisa” – só morto pára de se renovar. Mas é bem possível que minha cabeça e meu modo de ver as coisas tenham mudado consideravelmente ultimamente. E isso não tem me agredido, pelo contrário, tem me favorecido...mas ainda falta tanto!
Ainda sou a mesma criatura, mas numa nova versão, eu creio. Inegociável em meus valores, indiscutivelmente crítica de todos e de mim mesma (que droga! Certas coisas não mudam assim...), inacreditavelmente paradoxal, mas, surpreendentemente, mais prática, mais lógica, mais calma. Calma como quem já se vê melhor, como quem curte a visão panorâmica das situações. Glória a Deus por isso! A Sua graça continua me sustentando e ajudando a ver as carências e justificativas próprias e dos outros de forma mais equilibrada, não por “passar a mão” na falta de integridade, mas por saber, tristemente, que somos integralmente corruptíveis, “trapos de imundícia”, diante de uma presença muito maior...
Em Deus posso ver toda a ajuda nas horas de inadequação. Ele tem me ajudado a lidar com pessoas estranhas, situações mais estranhas e improváveis ainda, questionamentos inconvenientes, propostas fora de propósito e sinistras doses de ironia...preocupação acontece; angústia não necessariamente. Ele é meu ajudador. E tem me ajudado a crescer na proporção em que me torno dependente dEle. E essa é uma forma toda outra de crescer.
“Há, porém, um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz entendido (...) Na verdade, nenhuma correção parece no momento ser motivo de gozo, porém de tristeza; mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos que por ele têm sido exercitados.”
(Jo 32.8 / Hb. 12.11)

sexta-feira, junho 22, 2007

O perdão que eu te peço

O perdão que eu te peço
É pela minha insistência no erro conhecido,
Pela dura palavra dada a quem não merecia,
Pela condescendência com as coisas que te importam,
Pelo bem que eu não faço

O perdão que eu te peço
É pela fuga inútil pelo caminho covarde,
Pela excessiva preocupação com as verdades alheias,
Pelo esquecimento do teu cuidado
E pela apatia ao estar contigo

O perdão que eu te peço
É pela queixa injusta e constante,
Pelo retrocesso em minhas relações,
Pelo desrespeito aos melhores valores
E pela negligência com minha história

O perdão que eu te peço
É pela imaturidade que me ofende,
Pela insegurança que me anula,
Pela tristeza na luta
E pelo desejo da impiedade

O perdão que eu preciso
É pelo perdão que não consigo dar,
Pelo incômodo de ter que ser mais, de ir além,
Pela vontade de agir como se tua eu não fosse
E como se te conhecesse sem te temer

O perdão que eu te peço, meu Deus
É aquele que só tu podes me dar,
Cujo poder destroça as armadilhas do meu enganoso coração
E da minha fraca consciência

O perdão que peço a Ti
É aquele que injustamente me justifica,
Que me constrange a não ser só o que Tu queres,
Mas a ser exatamente como Tu mereces...

O perdão que eu espero de Ti, Senhor
É por acreditar em minha própria perspectiva
E ignorar o Teu olhar,
Por me manter distante do teu pensamento,
Quando me contento com o meu...

O perdão que o Senhor me dá
É a prova de que posso me assegurar
De que a graça da Tua graça
Reside na necessidade de confiar
Na suficiência do Teu amor

Na suficiência de Ti mesmo, meu Deus.

sábado, junho 16, 2007

É isso aí!!!!

Salvador, só as Tuas feridas
Foram capazes de me curar
E só o Teu sangue
Foi capaz de me limpar

Salvador, só a loucura do Teu Evangelho
Me trouxe a verdade e a certeza
E só a tua dor
Foi bálsamo para a minha

Salvador, só a simplicidade do Teu amor
Preencheu os vazios que a religião não pôde,
E calou a voz dos que se julgavam sábios
E que de nada me convenceram

Salvador, só a Tua pureza
Me mostrou o quão pecador, de fato, sou
Só mesmo o Teu Espírito
Me revelou a minha falibilidade e total dependência
De “um” DEUS

Salvador, só a Tua misericórdia
Foi refúgio quando pensei estar tudo perdido
E só o Teu cuidado
Foi o detalhe que não me permitiu perecer
Salvador, só o Teu poder
Me resguardou nos apertos e calou meus inimigos...
E ainda me deu escapes,
Portas criadas por Ti

Salvador, só a Tua palavra
Me provou quem Tu és,
O que fizeste,
E o que queres fazer de mim

Salvador, só a Tua ressurreição
Pode fazer alguém nascer de novo
Porque só o Senhor tem a vida e a morte
Em Suas mãos

Salvador, só o Teu nome faz
Faz tremer o inferno,
Afugenta os demônios,
Rege toda a natureza
E só diante dEleTodo joelho se dobrará
E só o Teu nome, JESUS,
Será, por toda língua, confessado

Salvador, só aquele que contigo ajunta
É que não espalhará o mal;
Só aquele que contigo morre todos os dias
É que viverá eternamente
Só aquele, Senhor, que te confessa e entroniza
Será, por Ti, chamado de bendito

Salvador, só a Tua defesa
Me justificará diante de Deus Pai,
Só a Tua intercessão
Me faz alcançar o Seu favor
Salvador, só a Tua perfeição
Tira o pecado do mundo,
Só a Tua abnegação
Nos deu uma nova chance

Ó, JESUS,
Só o Senhor terá o louvor dos meus lábios
Será só o Senhor a razão da minha vida
Serás a minha confiança
Terás o melhor de mim

JESUS CRISTO, só o Senhor será o meu testemunho diante dos homens
Porque não vou querer jamais honrar a outro
Só mesmo o Senhor será o primeiro,
A mais alta referência

Salvador,
Só a Tua cruz calou meus argumentos e descrenças,
Só a Tua graça me libertou,
Só a Tua compaixão tirou meus jugos

DEUS meu, só eu sei o que fizeste em mim,
Só eu sei o que eu encontrei em Ti...
JESUS, eu só podia mesmo me encontrar em Ti.


(Joseli Dias – 05/04/2005 – 21:07)

quarta-feira, maio 02, 2007

Gentio


A chance que me deste vale mais do que os sacrifícios que posso fazer
Porque eu não poderia pagar o Teu próprio sacrifício de amor
E pelos homens, e pela lei eu não estaria na lista
Mas em Teu rol meu nome já tinha sido escrito

Eu era um gentio. Na verdade, o sou.
E a lei não me contemplava...mas a justiça o fez
E pela fé, a Tua justiça me justificou,
Fazendo de mim filho
Um filho adotado, desejado, buscado
Nessa iniciativa divina, fui feito filho legítimo
Irmão do próprio Cristo -
- O primogênito, o Sumo Sacerdote

A oportunidade que eu precisava não veio do homem
Ela veio do Filho do Homem
Revogaste os pré-requisitos humanos
Rasgaste totalmente o véu
Com Tuas próprias mãos

Que não me garantam em Ti os atos sensatos aos meus olhos
E que em mim não se desvaneça a memória de servo
Porque furaste minha orelha,
Mas me puseste dentro da Casa
Ofereceste banquete a este faminto
Foste o próprio Pão

A vida que me deste
É a minha grande chance de ser Teu,
E ter acesso irrestrito pela fé
E um novo nome - o nome que escolheste para o filho
O filho gentio que adotou nova pátria

A chance que me deste
É ter a vida em Tuas mãos
Cuidada e preservada
Pelo Teu amor de Pai

Amor que descubro a cada dia
Amor que agradeço tentando ser
Um filho tão autêntico
Quanto o próprio Cristo

A chance que me deste
Valeu-me mais do que as chances dos homens pra mim
A chance de te entregar amor
A chance de aprender a amar...
...Com o meu Pai.



(Joseli Dias - 17/03/2006)

sexta-feira, abril 20, 2007

A r c o - í r i s


Como é fantástico abrir os olhos
E perceber que eles enxergam mais que ontem
Mas entender também que isso não aconteceu tão simplesmente
Como o passar de um dia para o outro...


Para ver coisas boas hoje,
Ontem enxerguei cada detalhe de muitas coisas ruins
Para enxergar e dar valor a tudo que alcanço,
Ontem estive cega.


E, quando levanto meus olhos,
Sinto minhas pupilas dilatarem
Ao verem as nuvens no céu
E realmente entender que, às vezes, as nuvens mudam de cor e densidade
Passam a ser cinzentas e carregadas
E se estouram em grandes tempestades

Mas, HOJE, o que me importa é ver o arco-íris
Ele é uma aliança,
Uma promessa de que as coisas não vão se acabar em águas
E minha vida não vai sair escorrendo pelos bueiros
A terra estará firme
E só terá chuvas
Com o propósito de se tornar fértil


...É assim que vejo hoje
O que ontem era só lama e negritude


O céu não deve ser visto como um quadro
Porque o céu se modifica conforme os nossos passos.

E estou amando sentir minha visão limpa,
Meus olhos secos de toda lágrima
E saber que foi Deus quem as enxugou.

**************
(Joseli Dias – 20/03/2003.)

terça-feira, abril 10, 2007

Muito bom...

Já faz uns três dias que notei uma mudança chocante em mim. E nem sei se já é tempo de se comentar a respeito, dada minha natureza paradoxal...enfim, não importa. Estava lutando pra dormir, brincando com meus planos futuros e meu cotidiano recente quando me dei conta de que fiz algo de que gosto, pelo qual tenho real interesse e paixão e não fui elogiada por isso...até aí, bobagem, porque não me considero e não sou de fato a pessoa mais vaidosa desse mundo e isso na concepção mais ampla do termo vaidade. Mas uma coisa é proferir essa bela sentença em duas realidades possíveis: a primeira quando realmente se é incapaz e/ou imerecedor do crédito ou do lisongeio; a segunda quando mesmo sendo capaz e consciente disso, ainda assim nos escondemos debaixo de uma falsa modéstia enquanto ainda somos bajulados...é o tal discurso fácil, onde eu disfarço minha gana pelo reconhecimento quando o tenho facilmente ou quando sei que ele não me é devido e nem o deveria ser... fica fácil ser modesto, ser humilde.
A questão não é essa. Fiz algo que amo, pelo qual sempre sou elogiada e motivada e no qual acredito ser capaz (embora tenha plena convicção de que essa capacidade está num grau baixo da escala...rs) e não recebi elogios. O impacto maravilhoso: não tive crise alguma com isso, não me aborreci, não me questionei, não tentei ver no que poderia ter feito melhor. Foi indiferente pra mim. A falta do elogio, "da louvação", dos comentários admirados. Não houve essa falta, não havia necessidade de nada disso pra mim...foi um dos silêncios mais libertadores...
Parece palhaçada dizer, registrar isso...mas que seja, tô cansada de impressionar...rsrsrs...talvez por aprender com a vida que nem toda impressão vale a pena. Nem tudo o que eu falo e faço precisa ser validado porque nem sempre é o certo ou o ideal. Assim tenho aprendido com os relacionamentos. Então, ser bajulada, ser criticada, ser olhada de lado não deveria importar muito pra nós, seres humanos. Mas importa à medida que minha paixão, minha motivação, meu interesse, meu bem-estar é pautado pela régua do outro, dos outros. Importa apenas e tão somente se eu preciso fazer ou ser algo para os outros e não pra mim, e não pra DEUS...importa quando o prazer só é prazer se vier embrulhado num vistoso pacote social. Quanta perda de tempo! Quanto gastura desnecessária, quanta doença! O fato é que, acreditem ou não ("tanto faz como tanto fez", diria minha mãe), silêncio bom foi aquele pra mim!!! Foi encantador me ver compactuando e em paz com ele.

Estou surpreendentemente prática ultimamente. Não negando minha essência introspectiva, emocional e detalhista. Não, não. Apenas crescendo...isso é bom (I Co 13.11). Espero não precisar de nada mais que isso.

sábado, abril 07, 2007

Uma doce palavra


Em meio a todo reboliço que há dentro de mim e toda confusão que se mistura à letargia do meu espírito, parei e me retirei para mais um momento de reflexão acerca dos últimos fatos. Fui para o meu lugar de costume, me sentei, olhei para o céu buscando a Deus; querendo Seu socorro. Foi quando me lembrei do apelo do Senhor a Abraão..."conta as estrelas do céu (...)". E indaguei com Ele: "Pai, não dá...até Abraão tinha estrelas pra contar, mas no céu que eu vejo na minha frente não há estrelas...só nuvens." Ao que pude sentir calmamente dentro do meu coração a doce palavra:

"...mas a grande estrela, o Sol da Justiça, continua brilhando."

Calei.
Que se apague todo o resto.

sexta-feira, março 16, 2007

Em tudo dai graças!

Sabe quando você tem um dia que quer esquecer? Que, se pudesse, apagaria da sua agenda...o famoso “dia de cão”? Pois foi assim o meu dia ontem. Do princípio ao fim, foi um dia difícil...me machuquei em casa, ao me arrumar pro trabalho, me machuquei no trabalho e até chorei de dor (amassei meu dedão do pé!), perdi dinheiro na hora de receber o troco do café e tive um dos dias de trabalho mais estressantes desde que assinei minha carteira: mil coisas pra fazer e uma lamentável discussão com uma colega na hora da reunião no setor. Logo ontem, que acordei tão feliz, bem-humorada e orei tanto por meus colegas e por meu testemunho...me senti injustiçada! Muitas calúnias e ofensas sem o mínimo respaldo e necessidade. Fiquei boquiaberta com tamanha palhaçada...Daí pra frente, mais uma experiência complicada: um tiroteio do meu lado, em plena Tijuca! O carro que trocava tiros com a polícia parou ao lado do ônibus onde eu estava indo pro seminário. Os tiros foram muito próximos! Tive que me jogar no chão do ônibus , colocar as mãos na cabeça e clamar o nome de JESUS. Eu simplesmente não acreditava que estava passando por aquilo! Aleluia! Estou viva.

Em dias como esse não há muito o que se dizer porque a sensação que se tem é a de sobrevivência. Você mal consegue respirar e responder aos acontecimentos. É um sufoco só. Mas percebi coisas grandiosas. Uma delas é, prioritariamente, o dom da vida. Essa coisa linda de poder me levantar, saltar do ônibus e caminhar pela rua sem nenhum arranhão. Poder encontrar meus amigos no seminário, vê-los mais uma vez na capela cantando, conversar com eles, rir...poder voltar pra casa e ver minha família e saber que tudo está em seu lugar.

Outra coisa que me fez descansar foi a incrível sensação de confiança em Deus, mesmo estando, irada, aborrecida, triste. Comecei a entender que o meu dia foi entregue ao Senhor e Ele mesmo cuidou dele da Sua maneira. A Sua palavra diz que há tempo para todas as coisas, tempo de guerra e tempo de paz. Diz também que somos entregues à morte durante todo o dia mas, em contrapartida, afirma que os anjos do Senhor acampam-se ao redor dos que o temem e os livra...na verdade, me lembrei de dezenas de passagens durante o dia. Fui realmente alimentada. Comecei a refletir acerca de mim mesma, da minha condição humana, que me deixa vulnerável à injustiça, ira, dor, prejuízo, perigo, pecado (como meu coração ficou sujo ontem!), mas também totalmente dependente do Pai...em tudo, em cada detalhe.

Tenho uma louca esperança que teima em continuar crer que minha defesa vem dEle e não de mim mesma, que Ele me trata com justiça e que nem sempre a justa sou eu. Em Números 12 existe o relato da infâmia de Miriã e Arão contra Moisés: “Ora, falaram Miriã e Arão contra Moisés (...)”, e a realidade imutável de um Deus conhecedor de tudo: “E o Senhor ouviu isso” e diz que Deus os chamou e defendeu seu filho Moisés, dizendo que “falava com ele face a face”...Interessante como Moisés não precisou se defender, se justificar - “Assim se acendeu a ira do Senhor contra eles” - Deus o fez. Deus ouviu, viu o mal, da mesma forma que percebeu que a carga estava pesada demais pra ele, Moisés, carregar sozinho. Ele precisava de ajuda.

Quando olho pra essa narrativa, me percebo muito, muito distante desse Moisés paciente, conforme o vers. 3 : “Ora, MOISÉS era homem mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.”. Não sou assim, essa paciência ainda não me dominou. Mas vejo coisas importantes nessa história. Esse mesmo Moisés fora capaz de matar um egípcio em um ato de ira. Javé o estava transformando nesse processo de liderança. Aquela carga toda o estava transformando...aos poucos. Nisso espero ver a mudança na minha vida; mesmo que as circunstâncias sejam injustas, que meu coração aprenda. Que a minha esperança, assim como a de Moisés, se transforme também. Em Hebreus 11 fica claro que o Senhor vai transformando não só o nosso caráter, mas a nossa esperança pelo caminho: “Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado, de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Ora, os que tais coisas dizem, mostram que estão buscando uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela donde haviam saído, teriam oportunidade de voltar. Mas agora desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.” (vers 13-16).

Essas coisas me fazem refletir a respeito dos meus dias bons e ruins; me fazem entender que não preciso entender as coisas que me acontecem, mas sim discerni-las espiritualmente e reconhecer o zelo do meu Deus em cada uma delas.

Em tudo dai graças. Louvado seja o Senhor.

quinta-feira, março 01, 2007

Descanso Absoluto




Mais um texto antigo e totalmente pertinente...

Não é uma sensação nova,
Mas sinto como se fosse inédita
A paz que não se compra, nem se vende
Nem se usurpa, nem se entende...

Um descanso absoluto
Férias das preocupações
Quando todo o tumulto
Desfaz-se em orações

Então eu vivo, finalmente,
Tudo aquilo que já entendo há tempo
Somente o que me é permitido
Dando graças
Por poder me sentir viva e participante
Do momento que pra agora foi planejado

Eu procurei
Eu encontrei
Eu conferi
O que, afinal de contas, é viver a confiança em Deus
E eu não me arrependo
Da escolha que fiz
De fazer de todos os meus dias Seus

Sobretudo, o que quero
É a liberdade da qual me privei
Por não conseguir desfazer
De coisas que eu mesma criei
Que só me faziam mal,
Que me subjugavam,
Que determinavam as minhas fases
Que me perturbavam

Aprendi, pra glória do meu Deus,
Que tudo é profundo mesmo...
...Mas também, tudo o que é profundo,
É simples
E é calmo

Apesar de toda intimidade conquistada,
Esqueci da idéia de que Deus fosse um parceiro
Um companheiro para o dia-a-dia
Alguém que se habilitasse a vir comigo
Para cada aventura
(E...que interessante:)
Cada aventura foi criada por Ele mesmo...
E eu confio nEle
De verdade
Não tenho medo do que Ele pode fazer a mim
Porque Ele só tem pensamentos de paz e não de mal
Paz essa que eu resolvi vestir
Como se fosse uma roupa limpa e perfumada...

Descansei, me joguei
No fofo do céu
E tudo está tão confortável por aqui...


(Joseli Dias – 21/01/2004 – 16:44)

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

O valor das pessoas II

Inevitavelmente, ontem me entristeci.
Ontem, meu coração chorou mais uma vez diante da dor.

O que foi aquilo? Eu entendi direito? É verdade mesmo???
Fiquei perplexa com o que li, com o que vi ontem.

Chorei por minha cidade.

Mataram um menino ontem. Mataram da forma mais covarde que eu já tive notícia. Arrastaram aquela criança pelas ruas da minha cidade, acabaram com o coração daquela família, destruíram uma pobre criança, um menino! Meu Deus, eu não posso fugir da perplexidade. Nem da revolta!!! Eu tô revoltada também!!!!

Não dá pra entender, pra buscar porquês. Caramba, não agüento certas notícias...queria ser indiferente, mas não consigo. Não tem como; um ser humano tratado dessa forma, uma família tendo sua rotina interrompida dessa maneira trágica, uma mãe sendo obrigada a assistir o martírio do seu próprio filho...qta impotência...

Como me deixa arrasada esse tipo de coisa, ver claramente as pessoas esquecerem que são da mesma matéria, o mesmo pó. Não existe "próximo", todos são distantes, uma total ausência de empatia, de amor, de compaixão...

Triste, hoje o meu coração apenas é um desabafo diante de DEUS. De um Deus que, embora pareça distante nesses momentos de dor, permanece justo, eu sei.

Misericórida...só Ele para limpar nossos corações de tanta dor, ira, revolta...só Ele pra nos proporcionar perdão, compaixão...só Ele pra se compadecer de nós nessas horas em que não somos capazes de nem mesmo remover a pedra.

Rogo ao Senhor que liberte aquela família, que traga o remédio com pressa!
Peço ao Pai total consolação!



Amém.

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Quem poderia ser?

Quem poderia estar me ligando àquela hora?
Eram 05:15 da manhã de ontem quando meu celular tocou. Eu já estava acordada, enrolando pra me arrumar pra ir pro trabalho, quando fui atender – era meu pai. Pra variar, era ele me acordando. Claro, ele sempre faz isso...a diferença é que dessa vez ele me ligou lá de Ponta Negra, queria saber se eu já tinha acordado “pro serviço”. Disse que tava esperando meu irmão se arrumar p/ irem pra praia...todo, todo animadinho...
Fiquei surpresa com aquele gesto do meu pai. Não pelo zelo, pois faz jus ao caráter dele – sempre cuidadoso e preocupado (às vezes até chato no exagero...rsrs), mas fiquei surpresa com o seu comprometimento em me acordar. Caramba, ele tá longe de casa, curtindo suas férias (ele é aposentado, mas merece passear, né...vá lá!rsrss) , sem compromissos com relógios, contas, mercados, trabalhos domésticos, cachorros, casa...mas se lembrou de me acordar pra eu não perder a hora.
Fiquei constrangida porque uma das coisas que eu mais detesto é ser acordada e sempre resmungo quando ele vai me acordar pessoalmente todas as manhãs...e ele sempre faz com muito carinho. Quando cheguei no trabalho, alguns minutos depois, outra ligação no 0800. Quem poderia ser? Ele de novo...rsrs...dessa vez, só pra me dizer que estava com meu irmão na praia, assistindo o sol nascer! Disse que lá é muito bom, que eu deveria ter ido, que iria gostar...não entendi nada!!! Fiquei com cara de paspalha, querendo entender tudo aquilo. Aí é inevitável lembrar das muitas, muitas e muitas discussões, brigas e momentos ruins que tivemos em minha adolescência. Quantas vezes fui dormir chorando, quantas vezes chorei acordada por estar brigada com ele. Quantas vezes me senti envergonhada por não conseguir dar um bom testemunho para uma pessoa a quem tanto amo e por quem sempre orei, clamei, chorei em Deus. Em todas as vezes Deus estava ali, olhando minha dor, minha revolta, minha ira, mágoa...todas as vezes Ele foi a única testemunha do meu ajoelhar, do meu clamor aos soluços. Eu creio que meu pai está sendo mudado por Deus. Eu creio que ainda há mais pra eu ver.

“Os que semeiam em lágrimas, com cânticos de júbilo segarão.Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus molhos.” Sl 126. 25, 26

Na hora, me lembrei também da minha mãe, que estava dormindo comigo e que passou o dia anterior todo me tratando “a pão-de-ló” só porque eu fui acometida de uma insuportável dor de cabeça (o bendito “dente do juízo” de novo), que me fez ficar de molho. Até me senti incomodada com tanto “mimo”, mas nem fui boba de reclamar, né? Rsrsrs . Depois gastamos horas conversando, ouvindo música e falando das coisas de Deus...o legal é ver a palavra dEle se cumprindo nos detalhes. Eu sei de uma coisa: se eu sou detalhista, o meu Pai dos céus é mais ainda. Porque eu posso desperceber muitas “coisinhas”, mas Ele não...nunca, nunca mesmo. E Ele se comprometeu comigo quando eu lhe fiz o pedido. Quando eu lhe pedi pra ser Senhor “dos meus detalhes”. Vejo bem que Ele me liga de vez em quando, Ele me acorda todas as manhãs e me mostra a beleza que é estar perto dEle – “Você devia estar aqui, fofinha!”, Ele cuida de mim, proporciona o meu conforto, me alimenta e conversa comigo. Ele é um Deus comprometido. Como disse meu amigo outro dia: Ele está comigo porque eu sou dEle. E isso, até nos lugares mais improváveis...mas esse é um outro assunto...

"Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei; os teus muros estão continuamente diante de mim."
Is 49.15, 16

...estava aqui digitando esse texto, alguém me liga...quem poderia ser?
Claro... meu pai!

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Sonhos bons e ruins.

Ontem tive um pesadelo, coisa que não tinha havia algum tempo. Um pouco antes de dormir, estava em meu costumeiro “desfalecimento no sofá” quando comecei a me retorcer e balbuciar meu sofrimento naquele momento. Acordei sendo questionada pelo meu irmão, que estava me observando, a respeito do que estava acontecendo na minha cabeça pra eu estar me rebatendo no sofá. Narrei o pesadelo pra ele, ainda cheia de pavor, um “nervoso”, passando a mão pela cabeça. Ele ouviu, achou estranho (sem pé nem cabeça como todo pesadelo) e me disse: “daqui a alguns minutos você vai achar ridículo esse pesadelo”. Pura verdade.

Meu irmão estava certo; um tempo depois já estava achando aquele pesadelo uma grande piada. “Sem pé nem cabeça” mesmo, algo que eu nem precisava entender. E mais: depois de um tempo, nem dava mais pra encarar aquilo como um pesadelo, mas apenas como um sonho ruim.

O que eu pude perceber nessa pequena experiência é que apenas sonhos significativos permanecem em nossa lembrança. Eu diria mesmo que até o presente momento apenas um sonho ficou arquivado comigo, e eu o carrego para todos os meus momentos e experiências. E não estou sendo poética, pois estou falando de sonho de sono mesmo, desses que a gente tem quando está dormindo. Não estou me referindo a um “sonho-desejo-projeto”, mas de um sonho que tive em meu quarto, dormindo de madrugada, como de costume. O que faz dele uma marcante bagagem pra minha vida é o fato de ele me ter sido dado por Deus. Eu não tenho dúvida de que foi um sonho espiritual, que na época me disse muitas coisas e o faz até hoje. Algumas perguntas e muitas respostas. Foi um sonho muito bom.

É aí que eu entendo que quando algo nos é dado por Deus, é impossível que não o carreguemos conosco em nossa vida. Entendo que nas mais diversas situações o sonho se mantém real, significativo e coerente. Já não é essa a realidade dos pesadelos sem nexo. Podemos até lembrar de alguns, mas se tornam afastados da nossa realidade e perdem o sentido, não nos dando mais medo algum. Estamos livres de entendê-los, discerni-los porque na verdade o “sentido” do pesadelo é geralmente dar um sinal de alerta. Não encontramos enredo e achamos graça um tempo depois de termos sido tão impressionados por algo tão volátil. Mas os sonhos que Deus nos dá são guardados em nossa memória durante toda a nossa vida. E os vivemos mesmo quando a nossa realidade é desconexa.