terça-feira, junho 26, 2007

"Não há nada a perder. Não há nada a ganhar. A não ser o prazer de ser o mesmo mas mudar..."

Quando sabemos que somos adultos? Como aferimos nossa maturidade? É tão difícil, subjetivo, entender ou perceber se já crescemos na cabeça, muito mais do que envelhecer ou chegar a certa altura da vida. Também é bobagem achar que se é gente adulta a partir do momento em que pagamos nossas contas. O que eu vejo de gente dirigindo famílias, com mil despesas e compromissos mensais sem um pingo sequer de noção, de consciência das coisas...é brabo entender que crescemos...ou não.
Ultimamente, tenho sentido que cresci. Uau! Que descoberta! Parece óbvio dizer, mas já me acho adulta. Dadas as circunstâncias esdrúxulas que tenho encarado ultimamente, acho que alguma coisa dentro de mim já funciona com a cabeça de alguém mais pronto, mais certo, mais comedido e, com certeza, muito mais hábil. É claro que não estou dizendo que já cresci, porque todo ser humano razoavelmente inteligente sabe que isso é impossível – estagnar no aprendizado, alcançar “a coisa” – só morto pára de se renovar. Mas é bem possível que minha cabeça e meu modo de ver as coisas tenham mudado consideravelmente ultimamente. E isso não tem me agredido, pelo contrário, tem me favorecido...mas ainda falta tanto!
Ainda sou a mesma criatura, mas numa nova versão, eu creio. Inegociável em meus valores, indiscutivelmente crítica de todos e de mim mesma (que droga! Certas coisas não mudam assim...), inacreditavelmente paradoxal, mas, surpreendentemente, mais prática, mais lógica, mais calma. Calma como quem já se vê melhor, como quem curte a visão panorâmica das situações. Glória a Deus por isso! A Sua graça continua me sustentando e ajudando a ver as carências e justificativas próprias e dos outros de forma mais equilibrada, não por “passar a mão” na falta de integridade, mas por saber, tristemente, que somos integralmente corruptíveis, “trapos de imundícia”, diante de uma presença muito maior...
Em Deus posso ver toda a ajuda nas horas de inadequação. Ele tem me ajudado a lidar com pessoas estranhas, situações mais estranhas e improváveis ainda, questionamentos inconvenientes, propostas fora de propósito e sinistras doses de ironia...preocupação acontece; angústia não necessariamente. Ele é meu ajudador. E tem me ajudado a crescer na proporção em que me torno dependente dEle. E essa é uma forma toda outra de crescer.
“Há, porém, um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz entendido (...) Na verdade, nenhuma correção parece no momento ser motivo de gozo, porém de tristeza; mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos que por ele têm sido exercitados.”
(Jo 32.8 / Hb. 12.11)

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