Já faz uns três dias que notei uma mudança chocante em mim. E nem sei se já é tempo de se comentar a respeito, dada minha natureza paradoxal...enfim, não importa. Estava lutando pra dormir, brincando com meus planos futuros e meu cotidiano recente quando me dei conta de que fiz algo de que gosto, pelo qual tenho real interesse e paixão e não fui elogiada por isso...até aí, bobagem, porque não me considero e não sou de fato a pessoa mais vaidosa desse mundo e isso na concepção mais ampla do termo vaidade. Mas uma coisa é proferir essa bela sentença em duas realidades possíveis: a primeira quando realmente se é incapaz e/ou imerecedor do crédito ou do lisongeio; a segunda quando mesmo sendo capaz e consciente disso, ainda assim nos escondemos debaixo de uma falsa modéstia enquanto ainda somos bajulados...é o tal discurso fácil, onde eu disfarço minha gana pelo reconhecimento quando o tenho facilmente ou quando sei que ele não me é devido e nem o deveria ser... fica fácil ser modesto, ser humilde.
A questão não é essa. Fiz algo que amo, pelo qual sempre sou elogiada e motivada e no qual acredito ser capaz (embora tenha plena convicção de que essa capacidade está num grau baixo da escala...rs) e não recebi elogios. O impacto maravilhoso: não tive crise alguma com isso, não me aborreci, não me questionei, não tentei ver no que poderia ter feito melhor. Foi indiferente pra mim. A falta do elogio, "da louvação", dos comentários admirados. Não houve essa falta, não havia necessidade de nada disso pra mim...foi um dos silêncios mais libertadores...
Parece palhaçada dizer, registrar isso...mas que seja, tô cansada de impressionar...rsrsrs...talvez por aprender com a vida que nem toda impressão vale a pena. Nem tudo o que eu falo e faço precisa ser validado porque nem sempre é o certo ou o ideal. Assim tenho aprendido com os relacionamentos. Então, ser bajulada, ser criticada, ser olhada de lado não deveria importar muito pra nós, seres humanos. Mas importa à medida que minha paixão, minha motivação, meu interesse, meu bem-estar é pautado pela régua do outro, dos outros. Importa apenas e tão somente se eu preciso fazer ou ser algo para os outros e não pra mim, e não pra DEUS...importa quando o prazer só é prazer se vier embrulhado num vistoso pacote social. Quanta perda de tempo! Quanto gastura desnecessária, quanta doença! O fato é que, acreditem ou não ("tanto faz como tanto fez", diria minha mãe), silêncio bom foi aquele pra mim!!! Foi encantador me ver compactuando e em paz com ele.
Estou surpreendentemente prática ultimamente. Não negando minha essência introspectiva, emocional e detalhista. Não, não. Apenas crescendo...isso é bom (I Co 13.11). Espero não precisar de nada mais que isso.
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