sexta-feira, abril 20, 2007

A r c o - í r i s


Como é fantástico abrir os olhos
E perceber que eles enxergam mais que ontem
Mas entender também que isso não aconteceu tão simplesmente
Como o passar de um dia para o outro...


Para ver coisas boas hoje,
Ontem enxerguei cada detalhe de muitas coisas ruins
Para enxergar e dar valor a tudo que alcanço,
Ontem estive cega.


E, quando levanto meus olhos,
Sinto minhas pupilas dilatarem
Ao verem as nuvens no céu
E realmente entender que, às vezes, as nuvens mudam de cor e densidade
Passam a ser cinzentas e carregadas
E se estouram em grandes tempestades

Mas, HOJE, o que me importa é ver o arco-íris
Ele é uma aliança,
Uma promessa de que as coisas não vão se acabar em águas
E minha vida não vai sair escorrendo pelos bueiros
A terra estará firme
E só terá chuvas
Com o propósito de se tornar fértil


...É assim que vejo hoje
O que ontem era só lama e negritude


O céu não deve ser visto como um quadro
Porque o céu se modifica conforme os nossos passos.

E estou amando sentir minha visão limpa,
Meus olhos secos de toda lágrima
E saber que foi Deus quem as enxugou.

**************
(Joseli Dias – 20/03/2003.)

terça-feira, abril 10, 2007

Muito bom...

Já faz uns três dias que notei uma mudança chocante em mim. E nem sei se já é tempo de se comentar a respeito, dada minha natureza paradoxal...enfim, não importa. Estava lutando pra dormir, brincando com meus planos futuros e meu cotidiano recente quando me dei conta de que fiz algo de que gosto, pelo qual tenho real interesse e paixão e não fui elogiada por isso...até aí, bobagem, porque não me considero e não sou de fato a pessoa mais vaidosa desse mundo e isso na concepção mais ampla do termo vaidade. Mas uma coisa é proferir essa bela sentença em duas realidades possíveis: a primeira quando realmente se é incapaz e/ou imerecedor do crédito ou do lisongeio; a segunda quando mesmo sendo capaz e consciente disso, ainda assim nos escondemos debaixo de uma falsa modéstia enquanto ainda somos bajulados...é o tal discurso fácil, onde eu disfarço minha gana pelo reconhecimento quando o tenho facilmente ou quando sei que ele não me é devido e nem o deveria ser... fica fácil ser modesto, ser humilde.
A questão não é essa. Fiz algo que amo, pelo qual sempre sou elogiada e motivada e no qual acredito ser capaz (embora tenha plena convicção de que essa capacidade está num grau baixo da escala...rs) e não recebi elogios. O impacto maravilhoso: não tive crise alguma com isso, não me aborreci, não me questionei, não tentei ver no que poderia ter feito melhor. Foi indiferente pra mim. A falta do elogio, "da louvação", dos comentários admirados. Não houve essa falta, não havia necessidade de nada disso pra mim...foi um dos silêncios mais libertadores...
Parece palhaçada dizer, registrar isso...mas que seja, tô cansada de impressionar...rsrsrs...talvez por aprender com a vida que nem toda impressão vale a pena. Nem tudo o que eu falo e faço precisa ser validado porque nem sempre é o certo ou o ideal. Assim tenho aprendido com os relacionamentos. Então, ser bajulada, ser criticada, ser olhada de lado não deveria importar muito pra nós, seres humanos. Mas importa à medida que minha paixão, minha motivação, meu interesse, meu bem-estar é pautado pela régua do outro, dos outros. Importa apenas e tão somente se eu preciso fazer ou ser algo para os outros e não pra mim, e não pra DEUS...importa quando o prazer só é prazer se vier embrulhado num vistoso pacote social. Quanta perda de tempo! Quanto gastura desnecessária, quanta doença! O fato é que, acreditem ou não ("tanto faz como tanto fez", diria minha mãe), silêncio bom foi aquele pra mim!!! Foi encantador me ver compactuando e em paz com ele.

Estou surpreendentemente prática ultimamente. Não negando minha essência introspectiva, emocional e detalhista. Não, não. Apenas crescendo...isso é bom (I Co 13.11). Espero não precisar de nada mais que isso.

sábado, abril 07, 2007

Uma doce palavra


Em meio a todo reboliço que há dentro de mim e toda confusão que se mistura à letargia do meu espírito, parei e me retirei para mais um momento de reflexão acerca dos últimos fatos. Fui para o meu lugar de costume, me sentei, olhei para o céu buscando a Deus; querendo Seu socorro. Foi quando me lembrei do apelo do Senhor a Abraão..."conta as estrelas do céu (...)". E indaguei com Ele: "Pai, não dá...até Abraão tinha estrelas pra contar, mas no céu que eu vejo na minha frente não há estrelas...só nuvens." Ao que pude sentir calmamente dentro do meu coração a doce palavra:

"...mas a grande estrela, o Sol da Justiça, continua brilhando."

Calei.
Que se apague todo o resto.