Aiai...canseira,
viu. Lidar com gente nunca foi fácil; ser gente então, pelo que vejo nos
últimos tempos, tem sido tarefa árdua pra muitos. Dá no saco falar sobre isso,
mas como também tenho opinião e esse é o meu espaço, farei isso...rs.
Com esse boom da internet muitas coisas que pra
mim já eram evidentes ficam bem mais escrachadas, fáceis de comprovar. Essa
carência das criaturas vaidosas por algo que vai além da atenção (vamos combinar, atenção não é a carência maior das
pessoas...nada disso, atenção não é difícil de conseguir...o que a maioria quer
mesmo é ser popular, famoso e endeusado um dia ou todos os dias e momentos da
vida). É só ligar o computador e ir para qualquer site, que está lá: eu exibo o
que penso e, mais que isso, eu “procuro pensar” em algo para exibir, de
fato...e alguns, ainda mais preguiçosos, simplesmente procuram algo para copiar
ou gerar um comentário a fim de exibir algum tipo de postura, de pensamento, de
opinião...como nós precisamos opinar, meu DEUS!!! É o oxigênio dos dias atuais.
Nós temos a necessidade de que as pessoas saibam o que pensamos sobre tudo, mas
que inferno!! Mas o pior é que não pára por aí...eu preciso que a minha opinião
seja compartilhada com o mundo e o mundo corresponda com o que eu penso porque
simplesmente não posso deixá-la no foro íntimo das minhas amizades e das
pessoas com as quais convivo, como privilégio exclusivo de quem me conhece e/ou
é importante pra mim de alguma forma. Queremos transpor a intimidade da opinião,
a individualidade do que nos tem valor, queremos expor sempre o que pensamos a
respeito de tudo e esquecemos que isso é a escravidão da auto-justificação ou
da ofensa gratuita. Exatamente, ou achamos mesmo que qualquer opinião emitida
sobre qualquer assunto não repercutirá em respostas contrárias, protestos e
desafios sobre comprovações a respeito do que afirmamos como verdadeiro? Mas
que burrice! Será que é tão difícil perceber que ao mesmo tempo em que seremos
aprovados, incentivados, elogiados a respeito do nosso posicionamento estaremos
também sendo confrontados, argüidos, ridicularizados por quem pensa diferente?
Por favor, gente...não existe imparcialidade, paremos de brincar de crianças
civilizadas. Não somos assim e pronto (odeio generalizar, mas nesse caso é
inevitável). Não somos mesmo; somos parciais, passionais, emocionais e
animais...rs...sempre, a respeito de tudo.
Sinceramente,
tenho certo desprezo por quem quer convencer às pessoas de que tem uma opinião
própria, não-afetada por nada nem ninguém, como se fosse a mente mais original
e auto-suficiente do universo, que aprendeu a pensar sozinha. Mas que conversa
fiada...ninguém aprende a pensar sozinho, ninguém mesmo se constrói sozinho,
por mais que sua personalidade seja forte. Vou ficando velha, vou aprendendo
com o tempo a enxergar isso com honestidade. Tenho a personalidade forte e
nunca fui Maria-vai-com-as-outras mesmo...nem quando eu era criança; sempre me
apeguei à minha consciência com a fidelidade de um cão, simplesmente porque
essa é a minha natureza. A Joseli nunca foi uma pessoa levada a se posicionar a
respeito do que não acreditava, nunca também – graças a DEUS – precisou passar
por isso (não cresci num regime ditatorial, não fui oprimida e forçada a nada,
a não ser trabalhar, estudar...essas coisas de gente normal), mas não sou
ingênua de pensar que minha opinião não é afetada, que não sou influenciável.
Bobeira isso, gente...sou sim, e muito. Sou influenciável naquilo que quero,
que desejo ser, é assim que funciona. Eu me permito influenciar ou não, eu
escolho, eu realmente aprendi a pensar. E aprendo a cada dia, ouvindo as
pessoas, vendo a vida e me orientando pelo que me toca no coração, na mente, na
alma verdadeiramente. Eu não me orgulho de todas as inclinações que tenho, de
todo o conteúdo do meu caráter ou temperamento, mas da maior parte
deles...quero mudar também, preciso disso enquanto viver aqui nessa doidera de
mundo, não tenho pretensões de virar um fóssil ou uma única versão nesta vida.
Apenas na eternidade mesmo, na vida que mais quero, é que conseguirei ser a
melhor que posso, já livre de toda mágoa, mesquinhez e limitações...mas aqui,
aqui não...aqui tenho que mudar pra me adequar, porque aqui é estranho pra mim
verdadeiramente. Sempre será assim até eu me encontrar com meu lugar original,
no meu lar original, na minha natureza original...eu realmente penso e sinto
isso com a potência de um vulcão dentro de mim e ponto. Nunca tive e nunca
terei medo de assumir isso, embora saiba que não serei compreendida ou
respeitada por todos por pensar e sentir assim.
Mas
voltando...rs...confesso meu desprezo e “pena” (muito rasa essa pena mesmo
porque pena mesmo eu sinto de quem precisa), dessa gente que confunde conceito
com preconceito, por exemplo. Vá comer capim, não sou obrigada, viu...rs...hoje
em dia você não pode ser contra nada, que você é preconceituoso...o
interessante é que as mesmas criaturas que levantam as mil bandeiras contra o
“preconceito” são aquelas que despejam todo seu “preconceito” na cara de quem
não concorda com elas. Eu vejo isso com um sentimento que nem sei definir,
sabe...me dá um mega desânimo de ter que lidar com esse tipo de postura idiota,
infantil e desequilibrada. Não dá pra argumentar com quem acha mesmo que eu sou
contra as cotas raciais, por exemplo, porque sou branca e etc...pelo amor de
DEUS, vai pensar fora do Twitter, gente! E por aí vai...se for assim, eu teria
preconceito com o mundo, porque tenho uma OPINIÃO FORMADA a respeito de
diversos temas, como: machismo, feminismo, cotas raciais, criação-de-crianças-deformadas-por-psicólogos-irresponsáveis,
homossexualidade, meio-ambiente, família, religiões diversas, relativismos,
legalismos, puxa-saquismos, auto-afirmação de gente vazia etc etc
etc...caramba, eu sou um Monstro do Lago Ness! Tenho opinião, cabeça formada
sobre esses temas, e isso deve amadurecer a cada dia porque é o que eu busco, o que não significa dizer que
esses meus conceitos necessariamente irão mudar. E pronto, e é isso. E todos
somos assim, ou deveríamos ser, é o que eu penso. Deveríamos ser mais comedidos
no que se refere ao respeito aos outros e, especialmente, a si mesmo. Não
deveríamos criticar tudo que podemos, deveríamos pensar se vale a pena. Assim
como não deveríamos no calar em momentos em que a nossa opinião ou postura
valeria de algo produtivo, útil e legítimo. Sempre achei isso, a gente deveria
ser mais respeitoso, no fim das contas e ser respeitoso não é ser
inconsistente, “vaselina” ou superficial. Pelo menos não deveria ser assim.
Então, se a
minha forma de pensar te ofende, entenda que minha forma de viver não foi
projetada para isso. Creio em DEUS e o amo acima de tudo e isso implica, sim,
em ter uma vida que abençoe as pessoas acima de qualquer diferença. Creio em
Jesus Cristo e me espelho em seu caráter e isso implica, sim, em acolher as
pessoas em suas fraquezas porque ele me acolheu e sempre o faz quando eu
preciso. E também creio no Espírito Santo e isso me constrange, sim, em ser uma
pessoa mutável, renovável, submetida pelo senhorio gentil, dignificante e enobrecedor
de um DEUS que não faz média comigo nem com ninguém, que não se auto-justifica
ou careça de defensores para ajuizar seus propósitos. Creio que faço parte
desses propósitos e todos deveriam fazer e, por isso, minha fé e minha
consciência me levarão sempre a ter uma vida respeitosa e nada relativa diante de temas que exijam uma postura de minha
parte.