E agora, Jonas?
Por quantas aboboreiras irá se
queixar?
Por quantas bobeiras se revoltar?
E por quantas razões se explicar?
E agora, Jonas?
Com quais argumentos você vai
reclamar?
Com quais pretextos se justificar?
Até onde pretende chegar?
A verdade é que você simplesmente
parou
Talvez seja isso, então
Definiu outro rumo, outro desejo
De fato, nem queria estar onde está
Mas aí está você, Jonas
E agora, como será?
Não pode ficar à sombra do provisório
Nem mesmo poderia se esconder na
profundeza
de um gigantesco ser, num gigantesco
mar...
Mas e aí, e agora?
Você tem estado certo sobre tudo:
Não estava pronto, nem disposto
Ou será que um dia esteve e ninguém
registrou?
Ou será que um dia sonhou?
Tão alto, tão longe, tão profundo
que precisou acordar...
pra encarar quem não queria
e se envolver com o que detesta
E agora, Jonas, como será sua vida
a partir dessa amargura?
Como será enxergar essa realidade tão
dura
que não te deixa sonhar, nem se isolar
E determina outros focos pra você?
O que será da sua vida
Sem as aboboreiras,
Sem coragem de um dia,
Sem vontade alguma de amar
O que só lhe trouxe dor?
E agora, Jonas?
Pra onde você vai?
Vai fugir ou ficar?
Sonhar ou amar?
Crescer ou chorar?
E então, como será?