Alma inquieta, trata de te calar
Não por causa de um desalento qualquer,
Mas tão somente por seres ignorante,
Por nada saberes, por que falar?
Alma cansada, trata de te cuidar
Não deixando na mão de Deus
O que te convém tratar,
E sossegando teu descontrolar
Alma soberba, trata de te observar
Não apenas pela piedade do humilhar,
Mas pela retidão de quem, hipócrita,
Tem que a própria justiça reconsiderar
Alma errante, trata de acreditar
Que no teu fardo há de existir um lar,
Um lugar seguro onde se abrigar
E bom alívio pro teu penar
Alma bendita, que em Cristo está
Que já descobriste o dom de amar,
Que já provaste do Seu perdão,
Que já o rendeste teu chorar
Alma aceita, por que negar?
Alma refeita, por que arrasar?
Mantém-te próxima ao Deus da luz,
Esconde tuas mazelas sob a cruz
Joga-te aos pés do bom Jesus.
Alma dorida, trata de te curar
Limpa as feridas do teu flagelo
As tão doídas que fazem recordar
A dor da alma de Quem te fez ser,
De Quem te trata para viver.